Sindicatos de várias categorias preparam greve gigantesca no Rio Grande do Norte

O próprio Tribunal de Contas já
apontou um déficit de mais de dois mil servidores. No Deoclécio, por exemplo,
tem técnico de enfermagem que fica com até 18 pacientes cirurgiados num plantão
de 12 horas. No Walfredo, este número chega a 20. Um terço da soma das cargas
horárias é de plantões extras e desde junho não recebemos 1/3 de férias.
Estamos piores do que antes da greve. “Queremos transformar em lei o que foi
negociado”.
EDUCAÇÃO
Os servidores da Educação do
Estado também deverão ser os próximos a iniciar, novamente, um movimento
paredista. Segundo Fátima Cardoso, coordenadora geral do SINTE/RN, na tarde
desta terça-feira (10), será realizada uma assembleia que oficializará a greve
da categoria para o dia 22 de janeiro, início do ano letivo estadual de 2014.
“Com o descumprimento do acordo em 99% não há como não deflagrarmos uma greve.
O Governo assume a atitude de embromação”.

Entre os pontos descumpridos
estão o não pagamento da letra, que representa 5% para a categoria, o não envio
do Projeto de Lei que trata do Porte das Escolas, da gratificação dos diretores
e que modifica a mudança de nível para os professores. Também segundo Fátima
Cardoso não foi feita a comissão de revisão do Plano de Carreira, não foi
atendido o Plano de Carreira dos Funcionários e não houve a convocação de
concursados. “Só foram chamados 116 no mês de agosto, que é um número
insuficiente. O Governo também não está equipando as escolas e só cumpriu
parcialmente o pagamento de 1/3 da hora atividade. O Governo faz manobras, faz
acordos e empurra para as secretarias. Mas não temos como iniciar o ano letivo
com um governo que rasga acordos”.
Já Santino Arruda, coordenador do
Sinai/RN, classifica a gestão estadual como a grande responsável pelo
desmantelamento dos serviços públicos. “Estamos terminando o terceiro ano do
Governo Rosalba sem perspectiva para os serviços públicos na área de atuação do
Sinai e em situação caótica”.
A FUNDAC, por exemplo, sobrevive
com muita precariedade e já está na quarta direção em apenas três anos. Nos
escritórios regionais da EMATER não há gasolina e muitas vezes os servidores
recorrem às Prefeituras, que nem sempre podem atender. O DETRAN, que tem
recursos, também não funciona e deve uma conta aos servidores antigos e novos.
Houve uma greve de 53 dias este ano e sem nenhuma resposta. O Governo não tem
compromisso com o serviço público. “O que parece é que o estado brasileiro, em
seus três níveis federal, estadual e municipal, estão esperando um milagre
através da Copa”.
Santino também reforça que dos oito
encontros realizados entre o Sinai e o Governo do Estado não houve nenhum
acordo formal. “Reunirmo-nos para tratar da reposição de perdas salariais do
Governo Rosado, mas não tivemos nenhum avanço e garantias. Na próxima
sexta-feira (13) iremos apresentar a agenda de 2014 todas focada na luta pela
garantia dos direitos perdidos nos últimos três anos e de novas conquistas.
Tivemos perdas entre 28% e 30%. Ano que vem se o Governo mantiver esta postura,
os serviços públicos do RN vão fechar”.
SEGURANÇA
Djair Oliveira, presidente do SINPOL/RN,
já anunciou uma assembleia da categoria para o próximo dia 18 de dezembro, com
a possibilidade de indicativo de greve para o início de 2014. “O SINPOL se faz
presente junto aos outros sindicatos por causa do descumprimento do acordo
feito com o Governo. Fizemos uma greve de 60 dias e decidimos suspender o
movimento após a promessa de chamar 20 concursados por mês, retirar os presos
das delegacias, contratação de terceirizados de limpeza e não houve avanço na
parte salarial. Também não foi cumprido os pontos do Estatuto do ITEP”.

Ainda de acordo com a
vice-presidente do SINPOL, Renata Pimenta, também no próximo dia 18 de
dezembro, será apresentada à população o programa Polícia Legal, uma cartilha
organizada pelo Sindicato e pela Associação de Escrivães, que visa regular a
atividade da categoria dentro de normas de segurança e legalidade. “Existe a
prática de dar um jeitinho e resolver as coisas. Tem casos de policiais que
usam os próprios veículos e computadores para trabalhar. Já tivemos perda de
profissionais por falta de coletes e não vamos mais nos arriscar como sair em
viaturas sem condições de uso. Este programa busca valorizar a categoria e
trabalhar dentro da legalidade”.
Informação do Macaiba Policia
Postado em 10 de dezembro de 2013