PM acusado pela morte de Zaira Cruz volta a júri popular em Natal
O policial militar Pedro Inácio de Araújo começa a ser julgado novamente nesta segunda-feira (1º), no Fórum Miguel Seabra Fagundes, em Natal, quase sete anos após a morte da estudante universitária Zaira Dantas Silveira Cruz, encontrada sem vida dentro do carro do militar durante o Carnaval de Caicó, em 2 de março de 2019. O réu está preso no Quartel da Polícia Militar desde o dia 15 de março de 2019.
Este será o segundo júri popular do caso. O primeiro, realizado em junho deste ano, foi cancelado após a defesa abandonar o plenário, alegando cerceamento de defesa. A decisão ocorreu depois que o juiz indeferiu perguntas apresentadas pelos advogados e direcionadas à vítima.
A sessão ocorre sob rígido controle de acesso. Uma portaria conjunta da 2ª Vara Criminal de Natal e da Direção do Foro determinou que somente familiares da vítima e do réu poderão entrar no Salão do Júri. O processo tramita em segredo de justiça.
O novo julgamento deve se estender até sexta-feira (5). Estão previstos 23 depoimentos, entre testemunhas de acusação, defesa e o próprio réu. A expectativa do tribunal é ouvir pelo menos oito pessoas por dia, em formato presencial e por videoconferência. O processo já acumula cerca de 7 mil páginas.
Cronologia do Caso Zaira
2 de março de 2019 — O crime
Zaira Cruz, 22 anos, é encontrada morta dentro do carro do PM Pedro Inácio Araújo, em Caicó, durante o Carnaval. Ele é acusado de estupro e homicídio.
2019 — Trâmite inicial em Caicó
O caso começa a tramitar na 3ª Vara da Comarca de Caicó. A defesa solicita o desaforamento do julgamento para Natal, alegando dúvidas sobre a imparcialidade do júri no Seridó. O pedido é aceito.
Junho de 2025 — Primeiro júri é cancelado
O júri popular é iniciado, mas interrompido no segundo dia. A defesa abandona o plenário alegando cerceamento, após o magistrado negar perguntas direcionadas à vítima. As testemunhas de acusação já haviam sido ouvidas.
1º de dezembro de 2025 — Novo julgamento
Começa o segundo júri popular, desta vez sob acesso restrito e com previsão de cinco dias de duração. Depoimentos serão colhidos presencialmente e por videoconferência.
*Tribuna do Norte




