Investigação da Polícia Civil aponta policiais militares como executores de triplo homicídio em Natal

Crime aconteceu em abril na Redinha, Zona Norte da cidade — Foto: Reprodução

Crime aconteceu em abril na Redinha, Zona Norte da cidade — Foto: Reprodução

O policial militar reformado e o outro da ativa, presos nesta quarta-feira (20) em operação da Polícia Civil, foram os responsáveis por atirar e matar três pessoas no dia 29 de abril no bairro da Redinha, na Zona Norte de Natal.

É o que aponta a investigação da Divisão de Homicídio e Proteção à Pessoa (DHPP), que foi detalhada em coletiva de imprensa nesta tarde.

Um vídeo registrado pelas câmeras de segurança do local mostrou a ação na hora do crime (veja acima).

As imagens mostram que os três assassinos saem de um veículo de cor vermelha e vão diretamente atirar contra três homens sentados em um bar, que morrem na hora. Outras três pessoas conseguem correr e escapar.

O terceiro suspeito, que está foragido, é um policial expulso da corporação. A DHPP também trabalha para identificar quem é o motorista do veículo usado na fuga.

A DHPP informou também que trabalha agora para saber qual a motivação do crime, que não está clara. O departamento, no entanto, entende que os suspeitos formam uma espécie de “grupo de extermínio” e tenta converter os mandados de prisão temporária em preventivo.

A DHPP trata ainda que houve uma tentativa de homicídio das outras três pessoas que estavam no bar e conseguiram correr.

Operação “Aqueronte”

Segundo a Polícia Civil, a Operação “Aqueronte” cumpriu dois mandados de prisão temporária e mandados de busca e apreensão contra os dois suspeitos que são policiais militares. O terceiro, tido também como executor, está foragido.

Um dos alvos da operação é o policial militar reformado Wendel Fagner Cortez de Almeida, segundo confirmou a própria defesa.

O advogado João Antônio Dias Cavalcanti, que representa o PM, afirmou que o mandado de prisão expedido contra ele é temporário, de 30 dias.

“Ele se declara inocente, como das outras vezes em que foi acusado e inocentado”, afirmou o advogado.

Ainda de acordo o advogado, a defesa ainda busca acesso ao conteúdo da investigação.

Em 2013, Wendell foi um dos alvos da operação Hecatombe, da Polícia Federal, suspeito de participar de um grupo de extermínio que teria cometido mais de 20 homicídios.

Mandados foram cumpridos pela DHPP (Arquivo) — Foto: Kléber Teixeira/Inter TV Cabugi

Mandados foram cumpridos pela DHPP (Arquivo) — Foto: Kléber Teixeira/Inter TV Cabugi

Sexta-feira sangrenta

O crime investigado aconteceu na tarde de uma sexta-feira violenta na região metropolitana de Natal. Pelo menos seis homicídios foram registrados num intervalo de poucas horas. A polícia não disse se o crimes têm relação entre si.

O triplo homicídio foi registrado na Rua Rio Salgado, por volta das 14h30 do dia 29 de abril, em frente a um ponto comercial onde seria inaugurado um bar e petiscaria no domingo seguinte.

Testemunhas contaram às autoridades que os criminosos chegaram em um carro, se passaram por policiais e atiraram contra as vítimas, que estavam na calçada do bar. Um deles era proprietário do empreendimento, foi atingido pelos disparos e morreu na calçada.

Segundo a PM, as outras duas vítimas chegaram a correr, mas foram perseguidas. Um homem foi baleado dentro do bar que seria inaugurado e o outro morreu dentro de uma casa que fica atrás do ponto comercial.

Outros crimes

Na mesma tarde , outro crime aconteceu em Parnamirim, onde uma mulher foi executada dentro do próprio trabalho por um criminoso que entrou na loja e a procurou pelo nome antes de disparar tiros na cabeça dela.

No Bairro Nordeste, em Natal, um motociclista também morreu com um tiro após ser perseguido e derrubado por um carro.

Em Macaíba, um homem foi morto a tiros e a mulher dele e o filho de 9 anos foram baleados e precisaram ser socorridos na UPA do município.

*G1 RN

Postado em 20 de julho de 2022