Inflação anualizada atinge 5,45% em junho e rompe a meta

A inflação anualizada oficial do Brasil atingiu 5,35% em junho. Rompeu a meta de inflação por ter ficado mais de 6 meses acima do intervalo permitido pelo CMN (Conselho Monetário Nacional). O BC (Banco Central) deverá publicar uma carta, encaminhada ao Ministério da Fazenda, chefiado por Fernando Haddad, com as explicações para o desrespeito ao objetivo inflacionário.
O IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) divulgou a inflação oficial nesta quinta-feira (10).
A inflação acumulada em 12 meses está há 9 meses acima de 4,5%, que é o teto do intervalo da meta, mas a nova regra de meta contínua de inflação começou a valer só em 2025. A última vez que a inflação ficou abaixo de 4,5% no cálculo anualizado foi em setembro de 2024, quando atingiu 4,42%.
Neste ano, a aferição da inflação deixou de ser anual e passou a ter outra metodologia:
- como era – até 2024, era considerada como um descumprimento da meta se a taxa anual de dezembro ficasse de fora do intervalo permitido pelo CMN;
- como ficou – a partir de 2025, será considerado um descumprimento da meta se a taxa anual ficar de fora do intervalo permitido por 6 meses consecutivos.
Em visita à Câmara dos Deputados na 4ª feira (9.jul.2025), o presidente do BC, Gabriel Galípolo, disse que a autoridade monetária não se desviará “um milímetro” do mandato de inflação.
CARTA DO BANCO CENTRAL
O BC terá que publicar uma carta com as razões para eventuais descumprimentos da meta de inflação. Esse documento deverá ter:
- a descrição detalhada das causas do descumprimento;
- as medidas necessárias para assegurar o retorno da inflação aos limites estabelecidos;
- o prazo esperado para que as medidas produzam efeito.
Será divulgado às 18h desta quinta-feira (10).
TAXA SELIC
O Copom (Comitê de Política Monetária) aumentou a taxa Selic para 15% ao ano para controlar a inflação.
Na 3ª feira (8.jul), Galípolo havia dito que, por ter subido a Selic para este patamar, provavelmente não ganhará o prêmio de “miss simpatia” do ano de 2025, mas estará tranquilo porque o BC trabalha para levar a inflação à meta de 3%.
Na Câmara, ele disse que será o 1º presidente do Banco Central a assinar duas cartas pelo descumprimento do objetivo inflacionário em menos de 6 meses. A última foi publicada em janeiro deste ano, quando a inflação foi de 4,83% em 2024.
*Poder 360