Há uma espécie de “infecção generalizada e permanente” na classe política brasileira. Estamos todos na UTI.

A crise política e a crise econômica são dois lados de uma mesma moeda. Uma não vive sem a outra. Juntas, refletem uma disputa macabra de busca e manutenção de poder às custas de penalizar a grande maioria da população, muitas vezes teleguiada, e que também tem sua parcela de culpa. Aliás, uma grande parcela. Somos meros cidadãos alienados na frente das TV´s e revistas, e/ou críticos absolutistas de redes sociais. 

A questão não é ser de esquerda ou de direita. PT ou PSDB. Dilma ou Aécio. Lula ou FHC. É muito pobre resumir a discussão à dois lados. Erra quem ataca por atacar, assim como também erra quem defende o indefensável. É demonstrar um tipo de miopia programada. 

É enxergar somente o que se deseja ver.
A maior das crises, é a crise moral, é a crise ética. A classe política é na sua maioria um amontoado de picaretas e fisiologistas que demandam em causa própria. E o pior: temos uma fornada fresquinha de jovens políticos com as mesmas ideias retrógradas de poder pelo poder. Pensei que tivesse acabado, mas os “coronelzinhos” ainda existem. Assim como existem os oportunistas que se acostam ao discurso de esquerda afim de obter vantagens. 


Há uma espécie de “infecção generalizada” na classe política brasileira. E nós ali meio. Feito cegos em tiroteio.
O que dizer da nova geração da bancada federal paraibana, que covardemente votou a favor da privatização do ensino público de pós-gradução? Pedrinho, Wilsinho, Benjinha, Efrainzinho, Aguinaldinho, Huguinho, e o galã da meia idade, Wellington Roberto. Todos oriundos de famílias oligárquicas e dominantes em suas respectivas regiões. Vale a pergunta: A troco de quê, querem dificultar o acesso da população menos favorecida aos cursos de pós-graduação no ensino público? A quem estão servindo? Muitos desses que citei acima, serão os futuros protagonistas da política paraibana. Banalizamos nossa capacidade de indignação. Isso é muito grave. 

O que comentar sobre a manobra sórdida do deputado Manoel Jr., que no afã de salvar a pele do seu chefe, propõe emenda que legaliza um crime? Pronto. Chegamos ao cúmulo do absurdo. Onde estão os panelaços? Os apitaços? Os bonecos infláveis?
E assim continuamos a caminhar omissos e desde sempre acomodados nesse mar de lama tupiniquim. Talvez já esteja no nosso DNA. A culpa também é nossa. 

Eis alguns dos maiores escândalos da República dos bananas: ANÕES DO ORÇAMENTO (1989-92), 800 milhões. TRT DE SÃO PAULO (1992-99), 923 milhões. BANESTADO (1996-2000), 42 bilhões. CASO SUDAM (1998-99), 214 milhões. BANCO MARKA (1999), 1,8 bilhão. SANGUESSUGAS (2001), 110 milhões. OPERAÇÃO NAVALHA (2004), R$ 154 milhões. VAMPIROS DA SAÚDE (1990-2004), 2,4 bilhões. MENSALÃO (2005), 55 milhões. FURNAS (2008), 868 milhões. OPERAÇÃO LAVA JATO (2014), 2,1 bilhões.
Pra fechar com chave de ouro, acaba de chegar a “OPERAÇÃO ZELOTES” (2015). O valor do rombo? 6 bilhões de reais. Percebem como o monstro é muito maior do que essa briguinha idiota entre quem é Petista e quem é Tucano? Nossa capacidade de se indignar não pode ser seletiva. Estamos todos no mesmo barco.
“…somos kamikazes incapazes de ir à luta…somos quase livres, e isso é pior do que a prisão.
 Por: Aldo Ribeiro
Postado em 8 de novembro de 2015