Equipe de Bolsonaro passa pente-fino em projetos no Congresso para evitar gastos
Encerrada a primeira semana de trabalho em Brasília, a equipe de Jair Bolsonaro concluiu que não pode mais ser surpreendida por iniciativas que elevem os gastos do governo a partir do ano que vem. Logo após o Congresso aprovar o aumento salarial dos juízes e a renovação de incentivos fiscais da indústria automobilística, o futuro ministro da Economia, Paulo Guedes, pediu um pente-fino nas propostas em andamento na Câmara e no Senado, para não ser apanhado desprevenido de novo.
Caso identifique projetos com potencial de impacto no Orçamento, a equipe do economista deve entrar em campo para tentar convencer o Congresso a não levar as medidas adiante.
Na quarta (7), por exemplo, quando a Câmara aprovou os incentivos do setor automotivo, um deputado veterano notou que não havia ninguém no plenário que falasse em nome de Bolsonaro e pudesse impedir a passagem do projeto.
Segundo projeções da Receita Federal, o governo abrirá mão de R$ 3,7 bilhões em receitas nos próximos dois anos com o programa das montadoras. O aumento do Judiciário representará para a União gastos adicionais de R$ 1,7 bilhão em 2019.
Na discussão interna sobre a melhor estratégia para a reforma da Previdência, o futuro chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, está entre os que preferem esperar a posse do novo governo para concentrar esforços em mudanças mais profundas do que as que seriam viáveis agora.
*Folhapress
Postado em 12 de novembro de 2018