Cultivo da palma forrageira é saída para enfrentar seca, diz Emparn

Abundante na região do semiárido potiguar, a palma é rica em água e nutrientes capazes de alimentar animais de porte, especialmente em épocas de estiagem. Para o presidente da Empresa de Pesquisa Agropecuária do Rio Grande do Norte (Emparn), o engenheiro agrônomo Alexandre Medeiros, o cultivo do cacto é uma das saídas para enfrentar a seca no estado. 

De acordo com o engenheiro, a eficácia do cultivo é de 100% dentro dos empreendimentos rurais que abrigam a vegetação, uma vez que esse tipo de cacto necessita de pouco volume de água para sobreviver. 

O presidente da Emparn ministrou palestra neste sábado (17) sobre o assunto na programação da Festa do Boi, no Parque Aristófanes Fernandes, em Parnamirim.

Apesar de não ter dados sobre a quantidade exata de propriedades rurais potiguares que investem no cultivo adensado da palma, Alexandre Medeiros afirma que o plantio desse tipo de cacto tem se intensificado no estado, sobretudo nesse período de seca. 


“O cultivo da palma continua sendo uma das maiores oportunidades para quem quer manter rebanhos vivos e saudáveis. Não vejo alternativa melhor no semiárido do que esta, principalmente neste momento de crise hídrica que enfrentamos”, comenta o especialista. 


Aprisco Potiguar 
Para disseminar a ideia, o Rio Grande do Norte conta com ações, como o Projeto Aprisco Potiguar do Sebrae-RN. A iniciativa é desenvolvida desde 2005 e atende mais de 700 produtores rurais em várias regiões do estado. Através da difusão de informações tecnológicas, os criadores de ovinos e caprinos, ampliam a produtividade dos rebanhos, ganhando força no setor. Um dos repasses de informações está na utilização da palma forrageira como alternativa para alimentação desses tipos de animais. 

No sítio Caipora, na cidade de Doutor Severiano, a 418 quilômetros de Natal, o empreendedor rural Antônio Lopes cultiva alimentos, como milho, feijão e fava. Além disso, o agricultor mantém uma criação de gado que, devido o baixo índice pluviométrico e o racionamento de água na região, parte dos animais foram dizimados.
Para agregar valor ao empreendimento e ajudar na sobrevivência dos animais, Antônio Lopes está preparando a terra para iniciar o cultivo da palma forrageira. A iniciativa vai contribuir para alimentar as dezenas de cabeças de gado presentes na propriedade. “A gente não pode deixar que a seca atrapalhe totalmente a nossa vida. Ou inovamos ou ficamos para trás”, sentencia. 

*G1/RN
Postado em 19 de outubro de 2015