Condenado por homicídio qualificado rompe tornozeleira eletrônica e está foragido no RN

Bartogaleno Alves Saldanha, condenado pelo homicídio qualificado de José Vieira de Melo, conhecido como Zé Vieira, está foragido desde a última quarta-feira (6). O crime ocorreu em 2006, na zona rural de Campo Grande, no interior do Rio Grande do Norte. Em resposta à reportagem da Tribuna do Norte nesta sexta-feira (8), a Secretaria de Administração Penitenciária do Estado (Seap/RN) confirmou que ele estava no regime semiaberto e tem mandado de prisão expedido e decretado pela Justiça. Ainda, segundo a pasta, as Forças de Segurança do Estado estão atuando nas buscas do foragido.

Em nota, a Seap informou que a perda do sinal da tornozeleira eletrônica de Bartogaleno Alves Saldanha foi identificada no início da manhã da última quarta-feira. “A Polícia Penal confirma que detectou a perda de sinal da tornozeleira eletrônica do detento Bartogaleno Alves Saldanha, às 4h13 do dia 06/08/25, com última localização na casa do monitorado. A falta grave foi comunicada ao Judiciário”.

O Ministério Público do Rio Grande do Norte (MPRN) confirmou que o foragido participou do júri de forma remota e rompeu a tornozeleira eletrônica no dia seguinte ao julgamento. Na sessão, realizado no último dia 5 de agosto, na 3ª Vara da Comarca de Assu, ele foi condenado a 18 anos e 9 meses de prisão. O indivíduo é considerado perigoso e estaria envolvido em mais de uma dezena de homicídios.

Além de Bartogaleno, também respondem pelo homicídio de Zé Vieira e foram condenados no mesmo júri popular, Francisco Gonzaga Neto, que recebeu 21 anos, 10 meses e 15 dias de prisão, e Humberto Alves Saldanha, que foi condenado a 15 anos, 7 meses e 15 dias de reclusão.

O mandante do crime, Antônio Veras, e outra acusada, Joaquina Saldanha, faleceram durante a tramitação do processo e tiveram a punibilidade extinta. A decisão judicial acolheu as circunstâncias desfavoráveis apontadas pelo Ministério Público do Rio Grande do Norte (MPRN), como a quantidade de disparos e a premeditação do crime.

A denúncia do MPRN descreveu que o crime aconteceu quando um grupo de homens armados invadiu a residência da vítima, se passando por policiais. Diante da recusa em abrir a porta, eles atiraram diversas vezes contra a casa. Zé Vieira foi atingido por múltiplos disparos ao tentar olhar pela janela.


A motivação do crime, conforme a investigação do MPRN, seria a suspeita de que a vítima estaria envolvida na morte de César e Vicente Veras, ocorrida em 2003. O caso envolveu uma complexa rivalidade entre famílias e outros grupos criminosos da região, incluindo a atuação de agentes públicos na época.


O julgamento foi transferido de Campo Grande para Assu a pedido do MPRN. O órgão argumentou que a mudança era necessária para garantir a imparcialidade dos jurados, devido ao histórico de rivalidade entre as famílias envolvidas. A Promotoria de Justiça também apontou a falta de condições de segurança na comarca de origem para a realização de um júri de grande repercussão.

*Tribuna do Norte

Postado em 8 de agosto de 2025