Artigo: Madonna, Itaú e a Heineken. Por Marcus Aragão

Foto: Kevin Mazur/WireImage para Live Nation

Uma coisa que definitivamente vamos ficar devendo a esse show da Madonna é que ele conseguiu suprimir da mídia o chifre que Gracyanne passou em Belo. Não aguentava mais ver essa ladainha sobre cornagem promocional — Jajá, Belo deve lançar uma música falando de traição e perdão ou traição e a beleza de um novo amor. E você aí pensando que o Belo é o bobo da corte. Hoje em dia vale tudo para ficar em evidência.

Particularmente, acho que Madonna vive de promoções tão forçadas quanto seu esforço em parecer jovem a qualquer preço. Desde sempre, ela catapultou bons hits com a mídia gerada por obscenidades.

Não tenho nada contra ela levantar bandeiras das minorias, mas simular fazer sexo oral no palco é outra coisa. Me parece que o que ela quer é chocar mesmo e gozar com sua grande exposição.

Enfim, essa é sua forma de gerar dinheiro, ok. Anita já preferiu tatuar o ânus. Sobre Madonna, não tenho dúvidas de que, se no futuro ninguém der bola para sua apelativa questão sexual, imagino que ela bem que poderá estripar um gato com os próprios dentes.

Quando pensava que nada mais que a rainha do pop fizesse me chocaria, eis que ela me choca pelo que não fez. Ela não cancelou seu show enquanto nossos irmãos do Rio Grande do Sul enfrentam uma de suas maiores tragédias naturais. Uma inundação violenta provocou dezenas de mortos, desabrigados e desaparecidos. Também não fez pedidos de doação ou preces para os desabrigados do RS.

— It’s a material girl?

A prefeitura e o Governo do Rio gastaram 10 milhões, cada um, para bancar o mega evento de Madonna. O cachê dela foi de 17 milhões, e mais 8 milhões pelas hospedagens, incluindo a equipe da cantora.

O @itau e a @heineken entraram com 40 milhões de reais nessa grande festa da rainha do pop. E agora, quanto essas duas icônicas marcas vão tirar de seus lucros bilionários para ajudar os desabrigados do Rio Grande do Sul?

Afinal, para vivermos na vida real a felicidade estampada em seus comerciais, é preciso estarmos juntos não apenas na alegria, mas principalmente nos momentos difíceis.

*Marcus Aragão
@aragao01

Postado em 5 de maio de 2024