Antes de reclamar do serviço, confira os 5 trabalhos mais miseráveis do mundo, segundo documentário

O filme ‘Workingman’s Death’ retrata a vida de quem é obrigado a se sujeitar a trabalhos que degradam a condição humana.

O tema volta à cena com a morte recente de 301 mineiros na explosão de mina em Soma, na Turquia. Denunciar que os trabalhos mais miseráveis do mundo se tornaram invisíveis aos olhos dos cidadãos dos países industrializados foi a ideia do austríaco Michael Glawogger, que, em 2005, decidiu seguir trabalhadores em situações degradantes para filmar o documentário “Workingman’s Death” (a morte do operário, em tradução livre). O filme inclusive, diz reportagem do site espanhol “Es Materia”, rendeu a Glawogger o Prêmio Especial do Júri no Festival de Cinema de Gijón.

1 Mula humana no vulcão Indonésia
 O documentário retratou a jornada de dezenas de homens subindo as encostas do vulcão indonésio Kawah Ijen para, em meio a fumaças tóxicas, arrancar enormes blocos de enxofre das suas entranhas. E descendo carregados como mulas, com mais de 100 quilos de mineral deformando suas costas.

2 Trabalhador de matadouro numa cidade petroleira Nigéria
No documentário, o nigeriano Isaac Mohammed aparece levantando-se todos os dias às 5h para ir ao mercado de carne em Port Harcourt, no delta do Rio Níger, para degolar cabras e vacas. Durante a jornada, os trabalhadores do matadouro surgem arrastando pesadas cabeças de vaca pela lama ou carregando uma ou mais cabras até as fogueiras, onde eram cozidas para venda.
3 Desmontadores de petroleiro Paquistão
Muitos pastunes, principal grupo étnico dos talibãs, são pobres. Por isso, até hoje, buscam ganhar a vida em lugares como Gaddani, porto no Paquistão convertido em cemitério de navios gigantescos, onde milhares de trabalhadores costumavam desmontar cargueiros e petroleiros para reduzi-los a simples placas de aço. “Um passo em falso, e é uma queda de 80 metros. Ou pode cair um pedaço de aço na sua cabeça. Ou o óleo e gases residuais se incendeiam e te queimam. A morte está sempre presente”‘, explicou um trabalhador no depoimento que deu para o documentário de Michael Glawogger.
4 Metalúrgicos na China
A província de Liaoning, no Nordeste da China, acolhe, até hoje, alguns dos maiores altos-fornos do país e do mundo. Enquanto a Alemanha converteu algumas das suas antigas fundições em parques temáticos para crianças, como fez a cidade de Duisburg com as suas gigantescas siderúrgicas, em 1985, a China fez o movimento contrário e expandiu os seus altos-fornos para fornecer ferro e aço ao mundo. O documentário mostra os operários chineses trabalhando de sol a sol em condições penosas, como faziam os empregados de Duisburg há mais de meio século.
5 Mineiros da ratoeira nevada Ucrânia
“Estamos sempre com medo. Basta um desmoronamento de 10 centímetros e é o fim. Não há maneira de nos tirarem daqui”, disse um mineiro ilegal ucraniano no filme de Michael Glawoggfer. Junto com outros companheiros da bacia de Donbass, na Ucrânica, o trabalhador procurava carvão em filões, que seus avós chamavam de “ratoeiras”. Fora da mina, as mulheres carregavam o carvão no meio da neve, até duas toneladas por dia cada uma.
Fonte: O Globo/BG
Postado em 21 de maio de 2014